a diarista

já o lusco fusco chegando

com sua casca ressequida

o céu do sertão apagando

e as maritacas de partida

pela janela vai adentrando

silenciosa, está tal rapariga

espanando num desmando

sombreando, cheio de giga

tece a noite, vai-se o dia

finca estaca na imensidão

o canto da cigarra anuncia

o tardar, tolda a escuridão

o cerrado a noite cria

a melancolia recordação

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

segunda, outubro, 2019

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/10/2019
Reeditado em 31/10/2019
Código do texto: T6769577
Classificação de conteúdo: seguro