PÓS VIDA
Desfeito pela morte,
Persistirei presente entre as coisas
Nas infinitas cores das asas das borboletas.
Não sofrerei mais humanidades
ou identidades.
Serei espaço abstrato e ecografia.
Abandonarei sem reservas
A ilusão de uma consciência,
a perenidade do orgânico,
e a própria condição humana.
Serei feito de superfícies,
efeito de olhar,
entre o ser e o não ser,
quase uma fantasia
entre sonho e vigília.