Poema sóbrio
No leitoso córrego das horas
A alma, entregue à espantosa realidade das coisas
escorre, sublima,
Vertendo-se ao
Absoluto, pluma inerte
Nos tenros braços cirrus de Kairós.
Neste átimo em que a luz não é mais que luz
O verde é visto verde
O sopro do vento não canta fluídos e vetores: é sopro do vento, real, pragmático e sem nenhum desejo de ser mais que o sopro do vento
E a lucidez sóbria dos dedos não deificam o toque
A vida basta