Poema sóbrio

No leitoso córrego das horas

A alma, entregue à espantosa realidade das coisas

escorre, sublima,

Vertendo-se ao

Absoluto, pluma inerte

Nos tenros braços cirrus de Kairós.

Neste átimo em que a luz não é mais que luz

O verde é visto verde

O sopro do vento não canta fluídos e vetores: é sopro do vento, real, pragmático e sem nenhum desejo de ser mais que o sopro do vento

E a lucidez sóbria dos dedos não deificam o toque

A vida basta

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 13/10/2019
Reeditado em 13/10/2019
Código do texto: T6768356
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