Melancolia XX
Entorpece meu peito com teu calor.
Segura-me os dias em tuas mãos
Mudo os sentimentos quando te olho.
Repentino amor que floresce e morre por dentro.
Caí em ruas que não lembro o nome
e tu, arrebentou, gritou
me humilhou por amar.
Lacrimejamos a dor
Sentida e calada.
Paredes, ares,
todo o universo me encarou
e senti medo..
Adoeci e sangrei por dentro.
Subi pelas paredes enquanto dormia.
Escolhi a dedo as cores de minha porta
Soletrei cada sentimento
longe de seus ouvidos e nada fizestes para voar.
Enterro,
o mesmo diferente que sou nos dias.
Guardo em minha carteira a lembrança.
Também em um pequeno lugar do meu peito
Relembro de sangrar as asas que me cobrem.
Tenho dó de nós,
vivemos a lutar pelo mesmo lugar no mundo.
Procuro o lugar onde fecho os olhos
e vejo, e sinto, e vivo
toda a energia que branda-nos.
Sensível olhar da perca
absorvendo as lágrimas que lanço de dentro.
Aprendo a doer sem sentir.
Falsar a vida como tens feito comigo.
E não adianta segurar entre os dedos
mesmo que sinta o calor.
Sumiu, sem perder de vista
A preciosa modelagem inocente.