SAINDO DE MIM

Sinto me naufragado, sinto me afundando.

Sinto o corpo pesado, sinto-me desanimado

Sinto-me muito desleixado

Tenho pensado, quando nascemos já estamos predestinados

O dia e a forma de irmos para o outro lado

Tenho pensado passarei de que forma eu irei

Por que tenho pensado?

Isso nem mesmo sei e nem penso em definir

Como eu gostaria de partir

Ficarei muito doente ou morrerei de repente?

Não sabemos de nada, pode ser pela estrada

Indo para Itapeví da moto posso cair

Ou Voltando a Itapeva pode ser que a morte leva

Uma bala perdida perco eu esta vida?

Num cruzamento um atropelamento?

Uma simples bebida acaba em briga o que foi uma vida

Uma discussão absurda minha voz ficará muda?

Não estou no avião, mas ele me pega no chão.

Pela palavra amor sei que se morre, mas não se mata por amor

Como será que irei? Que doença eu terei?

Será numa simples brincadeira? Será pulando fogueira?

Irei apenas deitar e não mais me levantar?

E se eu me suicidar? Quantos irão me criticar?

E num futuro adiante o mesmo grato praticar?

Como é que vai ficar?

Se eu tiver que ir assim, nada mudará meu fim

Têm-se tantas maneiras desta vida se sair

Até numa simples brincadeira, num bom momento de rir

Posso ser um bom atleta, ter saúde e tudo mais

Mas chegando o meu momento, não ficarei para traz

E assim neste momento onde estou em desalento

Imagino o que seria se hoje fosse meu ultimo dia.

Às vezes não me compreendo e espero compreensão

Às vezes me desânimo mesmo não tendo razão.

É isto que estou sentindo na alma e no coração

Todo dia tenho pensado “Eu vim aqui para morrer”.

Não estou desesperado vou esperando acontecer.

Já estou me preparando estou comprando o meu caixão

Se der tempo acerto tudo até mesmo no cemitério

Não quero choro nem vela, nem mesmo a faixa amarela eu quero

Apenas uma placa singela

“Estou morto! Por que vieram?”

(arnor milton)