FALARES

Perdemos silêncios bonitos

Nesses impulsos de falares

Nessas pressas de palavras

Nessas frases sem escora

Sumiram silêncios benditos

Nessa angústia de haver dito

Aquilo que, feio ou bonito,

Das almas e mentes aflora

Bons tempos em que a palavra

Por vezes ficava de fora

E tudo era dito em olhares

E compreendido na hora

Hoje as palavras não calam

Hoje a boca é senhora

E porque os olhos já não falam

É que os silêncios vão embora

Antonio Augusto Biermann Pinto
Enviado por Antonio Augusto Biermann Pinto em 11/10/2019
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