Entre "nós"

Sei que o meu poema

Não cabe “nós"

Meu coração mantém uma fenda

Que não cicatriza e pelas noites

Escorre um pensamento, uma lembrança.

Resta saber se entre “ nós"

pode existir saudade

Mas, ela escorre no corpo trazendo arrepios

De quando sua língua regava meus poros

Escorre suor pelo meu corpo ao lembrar de quantas vezes bailei meu corpo nu ao seu.

O seu olhar fazia a festa e sua boca entre sorrisos

Sussurrava melodias.

Já que não cabe “nós", rasgo os versos

E sobre “nós" ninguém saberá tudo

Deixo para você entrelinhas da vida

no meu poema mudo.

Fátima Lima