SUBLIME CRIAÇÃO

Na tarde dourada de setembro,

quando o sol, em delírio, se debatia,

sentava-se numa pedra, eu me lembro,

um poeta e consigo dizia:

"O que poderá meu Senhor,

nesta terra que criaste,

ser tão infinitamente mais belo

do que o céu que agora douraste?"

E Deus como a querer mostrar-lhe

que quando quis tudo pôde,

Fez desaparecer o astro-rei

e desceu as estrelas da noite...

Fez surgir a lua, então,

banhando de prateado

toda sombra ao redor

do poeta, que olhava extasiado!

"-É verdade, meu Deus! Disse ele.

Tu bem o provaste agora,

que sempre me mostrarás

tudo, até o nascer da aurora!"

E com seu real desejo,

crendo firme no que diz,

faz um sinal às estrelas

e o dia renasce feliz!

"Não disse?" Falou insistente

que em versos tudo dizia.

"-Depois da natureza plena

terminam as dádivas,

Tua mão ficou vazia!"

E Deus, num sopro divino,

passando por mares, florestas,

cascatas e belezas tantas,

inspirado por aquele instante,

mostrou-lhe sua oitava maravilha:

ali, por sobre uma pedra,

sorrindo, beleza inocente,

uma jovem aleita seu filho,

colo materno o embalando docemente!

Mariany Goncho
Enviado por Mariany Goncho em 09/10/2019
Código do texto: T6764817
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