BRAÇOS VAZIOS
Na tarde morna de dezembro,
debaixo do guarda-sol,
na beirinha do mar, eu me lembro,
teus braços me enlaçavam,
em tua maneira calada de amar...
Sentia-me, assim, protegida
por completo e ali mantida,
nada ou ninguém no mundo
me perturbava, nem por um segundo!
Gaivotas brancas, contraste belo
com o azul do mar e o sol, tão amarelo,
areia branca e quente
trazia toda a certeza de nosso amor,
tão ardente!
Eu também te abraçava,
te beijava de leve e corria
para aquelas águas tão calmas
e te chamando, sorria!
Ah, quando me vejo agora
na beira do mar,
as lembranças me escorrem dos olhos,
conjugando o verbo amar...
E olhando para o horizonte
de uma cor estonteante,
percebo ao cruzar meus braços,
sentindo-os assim tão frios,
que eles já não são laços...
Meus braços estão vazios!