DESABAFO
Sou frágil e sou forte
Tem quem me ame
Tem quem não me suporte
Horas sou porcelana
Horas sou de aço
Luto e não me entrego
Sou feito um estilhaço
Sou cerne de aroeira pura
Às vezes sou criança
Às vezes sou madura
Sou como sou
Não dou aval para censura
Dizem que sou um enigma
Depende do paradigma
Tem quem diga que me conhece
A esses eu faço uma prece
Sou um mistério
Jamais cometi adultério
Sou fiel e honesta
Coisa incomum hoje em dia
Por isso há quem me detesta
A esses não dou atenção
Vivo dividida entre a razão e a emoção
No final das contas deixo falar alto a voz do meu coração!