A barca branca
Flutuando nas ruas desertas
Apenas eu e o som
Sombras líquidas
Pairavam no ar
Como trombetas
Rebentando a escuridão
Uma barca branca
Luminosa a ganhar o céu
Nuvens como caminhos
Degraus aos mortos
Procissão de névoas
Ao eterno infinito
Entre eles me vejo
Em vão procuro rostos
Não paramos, subimos
Decido retornar, por ora
De volta às ruas escuras
Escritórios, burocracia
Ânsia e sofreguidão
Uma lista a cumprir
O encanto daquele momento
Marcou na alma
Passagem comprada
Espero pela barca