Habito a minha CASA
Quando habitei a água
foi no ventre da mulher fogo,
minha mãe,
filha de lavadeira, guerreira,
transformou a infância
em tempo de sobrevivência.
Me contou narrando o tempo
cada marco que registrou no ventre.
Quando habitei fogo fui brasa,
queimei e fui queimada
Dessa quentura guardo marcas
PALAVRAS
Quando Fui Terra
também plantei com ela,
finquei raiz, fui regada,
brotei e até cresci pro lado.
Foi aí que eu habitei a Terra.
Sendo árvore
fui habitando novamente dentro dela,
mas ganhei asas,
para a vida fui avoada,
de bucho cheio, grávida
Mainha não acreditou
Nem eu acreditei.
Como poderia dar a luz
se estava tão apagada?
Foi no caminho da vida
que vi o quanto
estou conectada
Habito a minha CASA,
livre para amar
tão demasiada...
Texto que reverberou da vivência no projeto Encontros Girantes com a oficina Tecendo Versos na escola Gira Girou– 28 de setembro de 2019.