Se eu fosse Sean Penn?
Gosto tanto dos filmes
de Terrence Malick
que se congelar a imagem
de uma tela negra
e expor por 2h numa sala de cinema,
entro, sento e assisto e saio
tão maravilhado quanto qualquer outro
filme poderia me deixar.
Eu toquei a redenção
Além da Linha Vermelha,
vi Deus, O vi se afastar do homem
como sinal de livre arbítrio.
Senti a redenção da terra e a morte
Pastar sem sentença
e, como Shaka ao abrir os olhos
acendeu o fogo do inferno,
a natureza encontrou a Alma Divina.
Eu entendi o que Terrence disse.
Eu vi o silêncio de Ben Afleck
fazer dele o ator que nunca foi ou seria,
algo honroso
mancha cinzenta
no pano branco da nuvem na vida.
Encontrei Santo Agostinho
vi seus passos, escutei sua voz.
Eu entendi o que Terrence disse.
E se eu fosse Sean Penn naquela praia?
Eu vi a perseverança, a dor
a esperança e a fé na redenção divina,
eu vi.
Eu escutei o grito de perdão e vi a fuga
eu li a escritura sagrada
e entendi sua palavra, mas não apreendi
nenhum passo de Sean naquela praia.
Aonde ele ia? De onde vinha?
O que queria ver? Aonde queria chegar?
não entendi o que Terrence disse.
Se eu fosse Sean
voltaria para casa
abriria uma cerveja
ou faria um chá de maçã-verde,
ligaria para Terrence e diria:
Terry, sou capaz de fazer qualquer coisa
que você me solicite, qualquer coisa bruta
ou mais singela que a luz do coração,
me dê 1 dólar e aposte para ver.
Sou um cara durão
pode vir fogo e tempestade, eu aguento,
mas você nem ninguém, precisa
de minhas pegadas
nas areias morféticas daquela praia.
Estarei aqui, caso precise mesmo de mim.