Internet.
É obscena...
Ela enfeitiça
Revemos cena...
Ela nos acena
Me rouba cena...
Reinventa a Milena...
Me conecta a tudo...
Me desconecta de tudo...
Me serve o palco...
Me rouba o teatro da vida...
Da existência, da ociosidade.
Personaliza dando brilho a uns.
Despersonalizamos quem já fomos...
Ela me informa, me conforma, me forma
Conforme a forma da formalidade canalha.
Ela reinventa, o bem, o mau, o nosso melhor...
Nosso pior, me serve máscaras, me serve outros Eus...
Mescla amigos, colegas, inimigos, tendo o que não tenho.
Se sofro! Escondo. Se amo? Compartilho. Liquidamente sou eu.
Ela me encanta, me revela, me revelo, apenas minhas alegrias ética de lá.
É obscena...
Ela enfeitiça...
O bom vício?
Pra que virtude?
Comunicamos com o mundo...
Isolamos os do nosso mundo...
Brincamos, divertimos, rimos...
Ela educa me deseducando...
Ela deseduca, me educando
Ela é a luz do mundo moderno...
É também a escuridão da contemporaneidade.
Ela rouba meu tempo da vida, de vida, para a vida.
Ela oferece um tempo, um espaço ao e no isola (do) mento.
Ela me vende falsos brilhos que alimenta em mim o nada pro nada.
Ela, se bandida é querida, se artista, aclamada, ela até se faz poesia no dia.