Negritude é Luz
África!
Continente da força...
A etnografia traz de ti
cultura, costumes,
força, energia e identidade...
Escritos antropológicos
mostram cicatrizes
tristes de um povo sofrido,
que fora desestruturado...
Filhos de ti, roubados, maltratados,
inferiorizados, escravizados...
Cruzaram continentes,
perpassando a linha do Equador
trazendo consigo força e,
consequentemente dor,
E... Em terras sul-americanas
chegaram, e aqui se fez desastre...
Eles gritavam, choravam, morriam...
Tudo em pura in-humanidade
dos seus opressores,
“donos”, correspondentes, escravocratas...
Deixaram marcas quase infindas
que em dor, digo: malditos racistas.
Racistas que mudaram o rumo
da história,
de um povo,
de um século,
de uma atualidade...
Talvez um dia o mundo compreenda
tua semiótica...
Teus costumes,
teus valores,
tuas tradições,
teu povo,
tua pigmentação...
Quem sabe um dia a não divisão de raças não seja mais um devaneio,
mas sim uma verdade.
Uma utopia sem abstratos...
Mas em sistematização histórica,
fruto de um processo de hierarquização para gozo de uma massa “branca”, cruel e assassina, o fim do racismo ainda é um devaneio, assim nos relata a antropologia...
Por isso...
Luto,
anseio,
choro,
grito,
caio e suspiro...
Pessoas, nações...
Todos em suma,
precisam plantar
e colher do
fruto da alteridade...
Por isso também devaneio,
para quem um dia,
oriundo de sentimento
universal, o amor...
Possamos perceber que
cor é pigmentação,
que cor não define...
E assim praticar,
viver,
ser cotidiano
de alteridade (respeito)...
Negritude é luta.
Negritude é luz.