Rosa antiga

Ó rosa antiga!

Dispersando no vento da agonia

De onde surgiu aquele amor

Que foi meu por um dia?

E que se foi como mímica

Na tarde misteriosa

Pulando solta no vento

Na viração luminosa?

Eu venho de muito longe

Dos arredores da mágoa

Entorpecido de dores

Vida tecida de água

Envolto numa miragem

Em mil paisagens de enganos

Plantando a flor vaporosa

Colhendo só desenganos

Ó rosa antiga!

Existe ainda o jardim?

Algum poema que eu cante,

Que traga ela prá mim?