até o fim da linha
diamante coberto por lama
rejeitado pelos olhares,
exausto e fugindo das chamas
longe chama outros ares,
sem visto, como alcançar esperança?
passaporte negado,
cem vícios, um para cada criança
perambulando descalço,
não existe previsão de termino ...
está acoplado em nossas entranhas,
a julgar pela cara do homem de terno
me enquadro como "pessoas estranhas"
me vê cocaína pro meu café da manhã ...
não acorda ainda deixa eu cansar de te olhar,
o ultimo do maço fumo embaixo do chuveiro
sobra muito espaço nessa cama de solteiro,
_ "nossa, esse lugar fede a álcool e cigarro"
talvez por isso as plantas morrem na janela,
é tão bom quando restam somente eu e ela
porém depois q tudo acaba só resta me odiar,
mas ai que tá a graça
dessa rotina desgraçada,
as lágrimas, as mascaras
alguns amores de fachada,
amor, chega a ser divertido
ver a morte dançando comigo
enquanto me culpo por isso,
amor, não pedi pra ta vivo
e te desejei tantas vezes
que hoje estou quase lá,
como posso não rir disso???
tamanha blasfêmia se paga com o fogo
se esconde de todos o estampado no rosto,
não meço palavras nem busco muita coisa
não mereço ter nada e pagarei cada escolha,
com aquela mesma bermuda furada de brasa
a cara de criança que se esconde atrás da barba
vou continuar fugindo até não ter mais pra onde ir.