Corpo II
CORPO II
Quanta beleza há
num corpo todo nu,
quanta simplicidade em suas curvas,
quanto mistério em suas dobras
e suavidade em sua pele,
quanta sensualidade
percebida pelos olhos
que não cansam de olhá-lo
e silenciosamente se encantam
na contemplação indecifrável
da intimidade posta a descoberto.
Se pensam os olhos
que só sensualidade
há num corpo tão absoluto,
quanto se enganam
os olhos que se encantam:
mais que beleza e sensualidade,
o corpo nu encerra em sua plenitude
toda a pureza natural
em primitiva imagem
- a pureza original.