ECLESIASTES C.1 V.1
estranha essa vaidade de achar
que todo poema bom eu
poderia ter escrito
estranha essa vontade de escrever
o que é novo, quando tudo
já foi dito e está aí
é só catar no pomar de nuvens
mais estranho ainda é pensar
que posso pensar em algo inédito
quando essas linhas, aqui, se próprias
são plágios
dos desistentes que me precederam