Calabouço

Ponteio o desterro

no dorso do tempo,

que o bonde da vida,

não tem ponto cego.

E faço dos erros

o dom da espera,

que a pausa das eras

é causa perdida.

A saga do ódio

virou peripécias,

na trama covarde,

de quem já não pensa.

E sou da penumbra

a sombra infinita,

sem coisa bonita

para disfarçar.

E meu calabouço

é frio e escuro,

onde a altura do muro,

não dá para transpor.

Vou sonhando então

com um sol dourado,

e um tempo perdido,

volta a me abraçar!

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 24/09/2019
Reeditado em 09/05/2024
Código do texto: T6752715
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