Calabouço
Ponteio o desterro
no dorso do tempo,
que o bonde da vida,
não tem ponto cego.
E faço dos erros
o dom da espera,
que a pausa das eras
é causa perdida.
A saga do ódio
virou peripécias,
na trama covarde,
de quem já não pensa.
E sou da penumbra
a sombra infinita,
sem coisa bonita
para disfarçar.
E meu calabouço
é frio e escuro,
onde a altura do muro,
não dá para transpor.
Vou sonhando então
com um sol dourado,
e um tempo perdido,
volta a me abraçar!