MIRTES E OS ANJOS VINGADOS. IV

Fogo brando despojada

as roupas peles brancas

do Deus feito homem

que divino havia resistido

a própria essência.

Parecia um falso ordeiro

de terno no mosteiro

cruz em ponta de faca

pra comer o coração

do primeiro espírito

que ousase seu caminho.

Deus...onde está a devassidão

os infimios e depravados

os felinos de garras que

rastejam como serpentes

e falam na mesma lingua

que tua criação vislumbrou

no paraíso sozinha!

Ou havia alguém feito

teu efeito de luz que cego

sentiu primeiro o aroma

e o delicado perfume

vindo de uma brisa

escaldante em prazeres

nos olhos?...suor maligno

dorso descoberto

Ele não queria o fruto

das coisas do mundo

o que havia no paraíso

este sabia ao certo

Mas do inferno sobre

o crime pra cometer

não sabera qual sentido

do sentido que crescia

entre suas pernas...

Ouso abrir-te a caverna

venha visitar onde crescem

minhas plantas meus pomares

e as ervas daninhas

que caminham sorrateiras

aos pés de toda árvore

que cresce no pântano

e nestas brumas que são

teus olhos no dia

que descansou...

Diga-me , onde mesmo

antes de tudo , começou?