ONTEM NATUREZA HOJE CIDADE DE PEDRA
By - Regilene Rodrigues Neves
Tempo tua memória cai numa folha
Traz um rastro de luz sussurrando o amanhecer
Entranha-se em mata densa
Vem vestida de arco-íris
Exalando a flora em verdejante natureza
Suspiros saem do homem por tua beleza
Sente teu perfume germinando do solo
Que é a vida que te procria
Em orvalho e magia sente teu cheiro exalar
Nos poros da tua alma pode enxergar
O caminho das folhagens que o levam a sonhar...
Por um caminho colorido adentra em folhas ao vento
Enquanto da tua árvore caí
Vem tecendo de alegria mais um dia
Os pássaros em festa anunciando o raiar
No seu cantarolar de emoção
As mãos de Deus como um pincel
Pintando arte em vivas cores para sorrir nossos olhos
Maravilhados percorrem a mágica criação
Os ritmos batem no coração da floresta
São regozijos em louvor de agradecimento de amor!
Um manto amadurado caído em deleite do tempo
Cobre a terra virgem de resíduos em próprio alimento
Uma nova roupagem te reveste enquanto tua idade
Vai fazendo rastro de uma estrada
Teus frondosos galhos são como braços
No abraço da tua grandeza
Entre elas a vida vai passando...
A naturalidade em simplicidade respinga na tela
Como um borrão os olhos choram tamanha ingratidão
Que o homem desarraigado de emoção leva ao chão
Nos mesmos olhos dos sentimentos ele pratica sua destruição
Em mãos sua metralhadora passa desmatando
Construindo um caminho ressequido sem ar
Para seu filho amanhã respirar
Na cidade de pedra que ele vai lhe deixar
O homem faz sangrar a poesia
Quando um dia será lenda a floresta
Não mais os olhos verão o beija-flor
Em sede beber do orvalho
O pica-pau em festa em mata espessa
Nem as borboletas de asas coloridas
Deixando seus casulos de bicho da seda
Para encantarem em liberdade
Sua felicidade de simplesmente voar
Acompanhar a folha que cai do tempo
Em fresta de sol na floresta
O respirar puro de árvores circundas
Envolto no barulho da cachoeira que vem por trás
De sombras despidas no coração da mãe gentil natureza!
Terra tombada em solo sagrado chão quente
Seu caminho vai trilhando sem consciência
O homem que te vira tão linda
Hoje te despe sem pudor
Só ouço o barulho da serra
E tua haste tombada
A virgem nua por um amante vil
O tempo sem folhas
A lembrança sem beleza
O homem matando sua própria natureza!