OLHOS DA MINHA ESSÊNCIA

By Regilene Rodrigues Neves

Olhos da minha essência

Exale minha fragrância de mulher

Frágil sensibilidade escondida em átimos de vida

Pelos jardins do amor me consuma

Afaga-me de bem querer

Em noite de lua me ronde

Para que minha borboleta voe

Encontre a liberdade fora da poesia

De um sonho sem destino...

Conceda-me essa ventura

Mesmo que sangre nos espinhos

Mas sei da fina pele que encobre a rosa

Desse desatino errante e fugaz!

Quero a vida roubada

Quero colher néctar em pólem sedento

Adoçar m’alma do sabor intrínseco da paixão

Sucumbir meu coração escravizar minha emoção

Mesmo que em sôfrega agonia eu ame

Antes um coração preenchido que um vazio rendido à solidão!

Tanta poesia se de nada me acolhe

Se me dá aparência de uma imagem sem alma

Onde numa concha me protejo de mim mesma

Pra que essa imagem de guerreira se não venci a batalha

Dentro de mim se sofro a aparência do engano

Porque não chorar a lagrima que dói por amor

Quando ante o sepulcro deposito flores ao luar

Não quis ser triste nem ser mártir quis amar

Amar o amor carnal que se alimenta do corpo

Porque essa riqueza de palavras lindas me deixa ao relento

Frio da solidão de nada vale um poeta sem amor

Sofre de poesias frias e sem ardor

Busca e rebusca na alma a declaração maldita

Que a morte levou num único amor que lhe restou

Será que sou pedra condenada a ficar ali no tempo ao vento

Sem emoção...quem sabe um poeta passe

E jogue um rascunho de amor pra mim

E eu refaça as palavras amargas do meu verso triste.

Só quis mostrar que no casulo que me transformei

Existe uma poesia linda de amor querendo voar

Em asas púrpuras de essências frágeis

Pronta pra exalar afetos perdidos no espectro que dorme em mim

Em noites de lua cheia de um íntimo olhar de poesia!

Em 28 de julho de 2005