Correntes da ilusão
Areia movediça da loucura
Inconstância parte no caminho
Com passos firmes, vem a meu encontro
Grita impropérios para mim
Desconfiada, desassossegada
Passo adiante, procurando retidão
Ela então fala baixinho
Diz que sem ela
A vida é sem graça
Continuo e vejo
Pássaros escuros
Acorrentados à ilusão
Marcham lentamente
Cabeças baixas
Pés arrastando-se
Parecem sentir fortes dores
No corpo e na alma
Ora impacientes,
Ora resignados
Miram ao longe
Os olhos cansados
Nuances, brisa
Clarões, ruídos
Um horizonte
Nas faces, um sorriso
Nas mãos, um sentido
Pedras retiradas do caminho
A lisura e a certeza
“É por aqui...”