Resquícios

Porque ainda há em mim

Resquícios do escravo que nunca fui

Algumas palavras doem mais que chicotadas

Desconfio que ainda não tenho alma

Somente olhos que sentem o ódio

Porque ainda há em mim

Restos de uma senzala incendiada

Silêncios que ecoam como gritos

Ritos de uma civilização moderna

Porque ainda há em mim

Sobras de pelourinhos, chibatas de seda

Porque ainda há em mim

Sobras de uma quarta-feira de cinzas

Milton Oliveira

20set/2019

milton antonios
Enviado por milton antonios em 20/09/2019
Código do texto: T6749524
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