CADEIRA DE BALANÇO
Olhava da janela o dia
Na velha cadeira de balanço
Havia sombras nas cortinas
Sombras antigas sonolentas
Da mãe a embalar o filho
Que não queria dormir
Olhava da janela o mundo
Na velha cadeira de balanço
Momento de descanso
Nas tardes sonolentas
De noites infinitas
Persistentes em não dormir
Cortinas balançando ao vento
Entardecer garoento
Olhava a cadeira da janela
Vovó sentada e em torno dela
Crianças atentas sem piscar
Que história irá contar?
A cadeira na janela
Quantas ideias viu passar?
Bastava nela sentar
Sentir os sonhos nascer
Vendo sombras na cortina
Quantas crianças adormeceram?
Ah! Cadeiras e janelas
Havia uma na sala
Outra no corredor
Havia um vaso de flores
Colhidas no jardim
A cadeira de balanço
As sombras da cortina
O tempo passou na janela
Mas não saiu de mim