CAMINHANTES NOTURNOS

Nas longas noites de sono arredio

Ouço passo arrastado doloroso e macio

Vem do lado de cá, destino ao lado de lá

Cai trôpego “às tontas” na rua escura

No abandono da solidão que tortura

Passa cantando a união dos guerreiros

A necessidade da divisão dos terreiros

Muito do lado de cá e nada do lado de lá

Voz sôfrega cantarola ao céu de luar

Garante que todos precisam de um lar

Não importa quem o seguiu primeiro

São fiéis andarilhos, imaginários parceiros

Seresteiros fora dos trilhos

Tocam nas ruas de lá, cantam do lado de cá

Nas madrugadas a qualquer horário

Sem compromisso na agenda e no calendário

Tantos fazem semelhante caminhada

Saída de qualquer lugar rumo ao nada

Cruzam itinerários unindo inspirações

Plantam a emoção de um verso novo

Cravado na ponta da língua do povo

Nas longas noites de sono arredio

Ouço passos arrastados, dolorosos ao vazio

Nas cabeças o pensamento não para

Misturam-se as notas, criando novas canções

Mentiras, invenções ilusórias inventara

Nas noites de chuva atiço o ouvido

Estará na chuva, encontrara abrigo?

Casebre invadido ou castelo antigo?

Cantores, seresteiros, guerreiros buscam proteções

Cometas no céu contrastam constelações

Despejam às estrelas novas inspirações

Nas longas noites de sono arredio

Rastejam passo esquálido, sorriso pálido

Sandálias rasgadas marcando um trajeto novo

Lançam mensagens em pedaços de papel

Promessas cheias de crença no olhar do povo

Os caminhantes noturnos levitam

Abrem suas asas e sobem ao céu

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 19/09/2019
Reeditado em 20/09/2019
Código do texto: T6749194
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