Há
E não há porque não ter medo
E não há porque não chorar ás vezes
Precisamos uma hora ser humanos
Humanos de carne e osso e inúteis
E não há porque não tomar umas
E não há porque não tomar várias
Até que o sentido faça sentido
E a cama rode pelo vasto quarto
E não há coisa mais feia que ser mal
E não há coisa mais fácil que ser normal
Misture as tintas de vez quando
Saia da linha sempre que puder
E não há lugar que não tenha poesia
E não há lugar que não tenha poeira
Preciso todos os dias perder tempo
E me achar dentro de mim de qualquer maneira.
Milton Oliveira
19set/2019