TUDO PASSA
Duelo de palavras ansiosas
a se digladearem, nervosas,
com o tempo espiando de permeio.
Ninguém entende ou explica,
tudo passa, nada fica,
é uma espécie de rodeio,
que roda, roda, demora,
mas um dia vai-se embora
sem deixar, sequer, um rasto
para mostrar de onde veio.
Procuro, procuro, me arrasto
entre luzes que se esgarçam,
passam... passam...
ninguém viu, tudo sumiu.
A lua não sabe de nada,
o sol mal surgiu na alvorada.
Do amanhã o que será, me pergunto.
Sem resposta. É melhor mudar de assunto.
. . .
Paulo Miranda
A lua não sabe de nada
mas se soubesse contava
que eu contigo na balada
bem mais que Romeu te amava.