Melancolia XVII

Recibos de contas

gavetadas cheias de poeira.

Compromissos,

perverso destino.

Uma delas está você

sob aquele papel de folha que

rabisquei e te mandei,

tão perto e distante.

Foi por cruzar o olhar,

Não piscar,

Lançar um sorriso tímido.

Não choramos mais.

Nos encaramos a engolir seco.

Disfarces entre nossos corpos.

Acreditei que seríamos o frio do sul,

mas tu foi à minha frente.

E eu, adormeci escondido em meu jardim.

Semeastes teu amor

que condenou tua dor.

Chorou tanto em solo que cultivei

um lírio para ti,

para que sorrisse ao lembrar.

Acobertou o céu com núvem que não molha,

segurando com dedos finos

ante a lágrima cair.

Ser livro,

de conteúdo adubo

Remete a colheita do peito

o passado que te insulto.

Ronco pesados ares

que sufocam a dor.

Novas cores que há de brotar

pela noite em cantos já floridos

Que estás no céu,

no mar

no teu olhar escuro cristalino.

Desperto horário fixo

Escrevo amores já vividos

Linhas rubras escondidas no peito

Apareço,

Consumo e sumo.

Somo esta noite,

Amores e dores.

Sangro, por mim.

Por ti, escrevo.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 19/09/2019
Código do texto: T6748421
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