Melancolia XVII
Recibos de contas
gavetadas cheias de poeira.
Compromissos,
perverso destino.
Uma delas está você
sob aquele papel de folha que
rabisquei e te mandei,
tão perto e distante.
Foi por cruzar o olhar,
Não piscar,
Lançar um sorriso tímido.
Não choramos mais.
Nos encaramos a engolir seco.
Disfarces entre nossos corpos.
Acreditei que seríamos o frio do sul,
mas tu foi à minha frente.
E eu, adormeci escondido em meu jardim.
Semeastes teu amor
que condenou tua dor.
Chorou tanto em solo que cultivei
um lírio para ti,
para que sorrisse ao lembrar.
Acobertou o céu com núvem que não molha,
segurando com dedos finos
ante a lágrima cair.
Ser livro,
de conteúdo adubo
Remete a colheita do peito
o passado que te insulto.
Ronco pesados ares
que sufocam a dor.
Novas cores que há de brotar
pela noite em cantos já floridos
Que estás no céu,
no mar
no teu olhar escuro cristalino.
Desperto horário fixo
Escrevo amores já vividos
Linhas rubras escondidas no peito
Apareço,
Consumo e sumo.
Somo esta noite,
Amores e dores.
Sangro, por mim.
Por ti, escrevo.