Melancolia XVI
Levantas
minhas rainha.
Mostre teu poder ao nosso povo.
Minha maga-sereia.
Saia de seu recanto belo
e vá para a mata que vives.
Sofra!
Doa, e doe-se.
Sinta como teu lobo sangra pelo teu feitiço.
Enxerga-me a alma por entre os olhos
e arranque a maldição de meu peito
Que bate,
descompassado
por seus gestos de amor.
Banha-te dessas lágrimas
que lavam o peito.
Faça teu poder emergir as lembranças
de um príncipe,
guia de florestas selvagens.
Regue,
mas não negue
Tantas flores pisadas florescem
que transbordam pela pele.
Uive pela alcatéia que te fortalece
das intemperes
da ira, do ódio
Da dor que maltrata teu peito.
Escaldante pelo amor
ruiva de olhos castanhos,
veste longos vestidos
calça tua sandália de tecido
e coloque teu véu negro.
Afronta-me os pedaços
Invada-me os pensamentos
Que acolho-te os sentimentos
E realizo teus desejos.