Melancolia XVI

Levantas

minhas rainha.

Mostre teu poder ao nosso povo.

Minha maga-sereia.

Saia de seu recanto belo

e vá para a mata que vives.

Sofra!

Doa, e doe-se.

Sinta como teu lobo sangra pelo teu feitiço.

Enxerga-me a alma por entre os olhos

e arranque a maldição de meu peito

Que bate,

descompassado

por seus gestos de amor.

Banha-te dessas lágrimas

que lavam o peito.

Faça teu poder emergir as lembranças

de um príncipe,

guia de florestas selvagens.

Regue,

mas não negue

Tantas flores pisadas florescem

que transbordam pela pele.

Uive pela alcatéia que te fortalece

das intemperes

da ira, do ódio

Da dor que maltrata teu peito.

Escaldante pelo amor

ruiva de olhos castanhos,

veste longos vestidos

calça tua sandália de tecido

e coloque teu véu negro.

Afronta-me os pedaços

Invada-me os pensamentos

Que acolho-te os sentimentos

E realizo teus desejos.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 18/09/2019
Código do texto: T6747600
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