Melancolia XIV

Há noites,

que as noites sussuram em meus ouvidos

carros ao longe,

onde há valas que passam pequenas formigas.

Traz para mim o ar

transpira tua umidade d'entre meus lábios.

Leva pela corrente do céu meu lençol branco

que passeia serenamente.

Suspiro forte,

como a vontade de um pavão incansável.

E espero com a sorte,

de que um beija-flor retorne.

Onde há trajetos

retos

ou tortuosos,

mostram-me labirintos cheios de vidas.

Quebram gravetos

por medos,

por amores,

e por dores que já indolores

renascem com explêndida alegria.

Afago minha maga,

a bruxa que me hipnotiza

De olhos castanhos

e melancolia.

Ter-te-ei com gosto de quem saboreia o vinho.

Que se lambuza com doces risos.

Um elo de códigos infinitos.

Beijo na testa,

no ouvido, na boca

no peito, na barriga

no espírito.

Deleitam nossos corpos

por sentir a maré

o vento

o fogo

as linhas,

traços.

O que somos quando sentimos.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 16/09/2019
Código do texto: T6745988
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