Melancolia XIV
Há noites,
que as noites sussuram em meus ouvidos
carros ao longe,
onde há valas que passam pequenas formigas.
Traz para mim o ar
transpira tua umidade d'entre meus lábios.
Leva pela corrente do céu meu lençol branco
que passeia serenamente.
Suspiro forte,
como a vontade de um pavão incansável.
E espero com a sorte,
de que um beija-flor retorne.
Onde há trajetos
retos
ou tortuosos,
mostram-me labirintos cheios de vidas.
Quebram gravetos
por medos,
por amores,
e por dores que já indolores
renascem com explêndida alegria.
Afago minha maga,
a bruxa que me hipnotiza
De olhos castanhos
e melancolia.
Ter-te-ei com gosto de quem saboreia o vinho.
Que se lambuza com doces risos.
Um elo de códigos infinitos.
Beijo na testa,
no ouvido, na boca
no peito, na barriga
no espírito.
Deleitam nossos corpos
por sentir a maré
o vento
o fogo
as linhas,
traços.
O que somos quando sentimos.