pervertido

por meses refugiar-me em pensamentos é a única solução,

por vezes judiar-me em lamentos seja fruto do tesão,

tem nego que gosta de apanhar

apanhei os cacos no chão e liguei pra minha nega,

disse pra ela _ prepara o chicote

pele macia por fora, internamente repleta de cortes,

tapei os ouvidos quando você me dizia _ amor vou embora

adiei sofrimento por apenas um dia e contei com a sorte,

em poesia só falo das drogas e os amores

elas são meus amores que espantam demônios,

que trazem mais dores, me deixam de canto

afogado no pranto e rolando na cama

onde a calma não existe e o amor é mentira,

hoje a alma apreensiva grita _ me tira, me puxa, me salva

quero mais uma rima, mais uma transa por um chofre de vida,

vale tudo pelo prazer, mudei-me de mundo pra poder te esquecer,

sou pervertido, sem noção

estou atrás das cortinas vigiando você

pulei ontem de um prédio e acordei na calçada,

prever isso e tentar entender,

o desdém e o tédio fazem dele tão feio

bêbado então, nem se fala ...

o desenho tremido é minha assinatura,

sem ter nada à dizer é onde se cala ...

o amor a vida é lindo por si só

suicido em metáforas,

o valor da vida contido no pó

que preenchem as capsulas,

dois passos a frente e cem para trás

o que houve com a gente, onde viemos parar?

abraço isento de calor, sorrisos amarelos e olhares sem brilho

traço sem direção indo rumo a miséria, são ares que habito.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 13/09/2019
Reeditado em 28/02/2020
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