Melancolia X
Quando ficou decidido em teu coração a partida.
Estava marcado em tua língua
qual palavra condenaria-nos.
As noites frias,
fugas do que somos quando sorrimos.
Vidros entalados.
Marca o nó na garganta.
As luzes pálidas buscando iluminar
o que se esconde em vielas.
Surgem de dentro do lixo
presepadas arranhando latões,
vislumbra-se a calamidade criada em mundos.
Dores que ferem a alma,
reconstruções que ferem as cicatrizes.
Que coragem há de ter
por possuir histórias para contar.
Ter a voz para dizer a ti
que não é o que queria ser.
Engula teus prefácios medíocres
que fizera eu sangrar de amor por você,
pois de tanto chorar,
inundar,
transbordar
e morrer na seca de meus desejos,
pude ver o platoniscismo que és para mim.
Tua face sóbria,
sem amor,
sem o teu amor por mim.
Não mais é o que fomos.
Penetro em meu sangue a vontade
de voar para longe,
de qual seja a montanha do sul,
ou do mais longe norte posso chegar.
Jeitos mundanos,
tua superficialidade em acreditar.
Para onde foi a dor que te sustenta..
Qual foi o rabisco levou tua melancolia.
Fosse os cachos ou os longos fios,
que seja negros, castanhos, loiros ou
até mesmo o ruivo que és por dentro.
A noite leva para longe
quem sofre de amor,
a lua acolhe-os.
E para que eu vivo..
poetizar o sinto,
sofrer pelo que amo..
Lamento navegar alegrias e tristezas.