Melancolia X

Quando ficou decidido em teu coração a partida.

Estava marcado em tua língua

qual palavra condenaria-nos.

As noites frias,

fugas do que somos quando sorrimos.

Vidros entalados.

Marca o nó na garganta.

As luzes pálidas buscando iluminar

o que se esconde em vielas.

Surgem de dentro do lixo

presepadas arranhando latões,

vislumbra-se a calamidade criada em mundos.

Dores que ferem a alma,

reconstruções que ferem as cicatrizes.

Que coragem há de ter

por possuir histórias para contar.

Ter a voz para dizer a ti

que não é o que queria ser.

Engula teus prefácios medíocres

que fizera eu sangrar de amor por você,

pois de tanto chorar,

inundar,

transbordar

e morrer na seca de meus desejos,

pude ver o platoniscismo que és para mim.

Tua face sóbria,

sem amor,

sem o teu amor por mim.

Não mais é o que fomos.

Penetro em meu sangue a vontade

de voar para longe,

de qual seja a montanha do sul,

ou do mais longe norte posso chegar.

Jeitos mundanos,

tua superficialidade em acreditar.

Para onde foi a dor que te sustenta..

Qual foi o rabisco levou tua melancolia.

Fosse os cachos ou os longos fios,

que seja negros, castanhos, loiros ou

até mesmo o ruivo que és por dentro.

A noite leva para longe

quem sofre de amor,

a lua acolhe-os.

E para que eu vivo..

poetizar o sinto,

sofrer pelo que amo..

Lamento navegar alegrias e tristezas.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 12/09/2019
Código do texto: T6743026
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