E agora?
E agora Antônio?
O tempo já secou a esperança se acabou,
só adianta se ajoelhar.
E agora Francisco?
Os bichos já comem pó,
se eles beber a gente fica sem comer .
E agora joão?
O que dizer pro patrão?
Que queria trigo na mão pra mandar pro japão.
E agora José?
Com enxada na mão e alegria
no pão na mesa dia sim, dia não.
E agora Joaquim?
A chuva não veio e o céu está cheio de sol
quente a esperar por ti.
E agora Raimundo?
Saiu pro mundo, acabou no sudeste, sofreu
que só a peste, o que sobrou das preces,
é chorar de saudade do sertão.