Imaginação
De branco tua saia pintei.
De verde, tua blusa imaginei.
Teus olhos colori com as
cores dos mais lindos montes.
Teus cabelos, os emprestei à beleza do
horizonte e, para te deixar mais elegante,
o ar, o azul das manhãs e o tom da alva te dei.
Ficastes radiante.
E não podendo me conter,
no teu olhar, escondi três
gotas de orvalho, uma, guardava o teu
encanto, na outra, ouvia-se um doce e suave canto,
na última, do tamanho do meu pranto, um segredo,
que não conto.
Nos meus contos, tenho-te sempre
como minha única inspiração,
que dão-me coragem para contar a
toda gente;
traços do meu silêncio,
o vazio do passar do tempo e
o muito de ti, que ainda penso.
Oh! choro que desengata do meu
peito uma terrível dor,
seria o amor batendo no meu coração?
Ou a espada cortante da minha
Imaginação?
Porventura, ceguei-me
ao ponto de duvidar da tua própria beleza?
Queria eu tanto experimentar a coragem de um Rei,
travar batalhas, levantar troféus, e ao som
do derribar de mil muralhas,
erguer um altar e poder, o teu nome
como um lema de guerra, tanto no ar, no mar
ou na terra,
aos quatro cantos,
gritar.