REBELDIA

Rebelde é o dia

Na pequenez aproveita

Não larga os peitos

E os peidos do pai

Há quem enrole as tripas

Evitam de tudo

Menos a pílula do dia seguinte

Bem haverá lubrificante da hora.

A riqueza está para a morte

Solitário não vou estar

A solidão é coisa de gente pobre

Não andei por me distanciar

De uma cama que mais parece

Um caixão velho

Com uns lençóis

Cheio de flores mofadas

O nosso cérebro

Gasta mais energia filtrando ar

Do que pensado

Coisas com besteiras.

Não carregue ninguém

Nas costas

Colunas só se for para subir

Descer

Só a morte.

Saudades doem

E é natural

Que doam

Mas a recompensa

É o nosso ninho.