GUERRA E PAZ

De onde vem essa angústia

que fala comigo em diversas línguas,

poliglota que é, sem precisar dizer uma palavra sequer?

De onde vem essa lágrima que escorre pelas

multicores da minha face?

Quantos tons choram com ela?

De onde vem essa dor que sangra

em todas as terras, cobrindo todas elas

com o unguento de todas as mães?

Todas as mais sagradas mãos que amenizam

Todos os sofrimentos…

De onde vem essa luz que me desacomoda?

Que traz com ela todas as angústias, todos os ais?

Silenciosos e suplicantes ais, que ecoam

em ambos os lados dos açoites. Dos dois lados, que existem em cada um de nós,

aquí ou lá, onde também existem as amarguras geradas por eles.

Todos em sofrimentos de libertação…

Não lembro de ter sido a mão,

muito menos o lombo - filho do quilombo -

nem açoite na escravidão…

Mas em qualquer vivência…

Serei grito por liberdade…

Ernesto Braga
Enviado por Ernesto Braga em 06/09/2019
Reeditado em 05/12/2021
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