GUERRA E PAZ
De onde vem essa angústia
que fala comigo em diversas línguas,
poliglota que é, sem precisar dizer uma palavra sequer?
De onde vem essa lágrima que escorre pelas
multicores da minha face?
Quantos tons choram com ela?
De onde vem essa dor que sangra
em todas as terras, cobrindo todas elas
com o unguento de todas as mães?
Todas as mais sagradas mãos que amenizam
Todos os sofrimentos…
De onde vem essa luz que me desacomoda?
Que traz com ela todas as angústias, todos os ais?
Silenciosos e suplicantes ais, que ecoam
em ambos os lados dos açoites. Dos dois lados, que existem em cada um de nós,
aquí ou lá, onde também existem as amarguras geradas por eles.
Todos em sofrimentos de libertação…
Não lembro de ter sido a mão,
muito menos o lombo - filho do quilombo -
nem açoite na escravidão…
Mas em qualquer vivência…
Serei grito por liberdade…