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não tô bem, tô ótimo!
e talvez esteja mentindo,
cê também, quer tudo na mão ...
desejos existem para serem omitidos,
revelam-se todos entre quatro paredes ...
quando abraço forte até seu corpo amolecer,
releva-se o mundo lá fora por um quarto do dia,
despeça, o passado vai embora, copos, você, poesia,
das peças passadas de roupas no chão
deixa-as lá por mais tempo,
dos toques macios que roubam meu chão
deixe-me aqui para sempre,
esgotado no colchão,
me dê cinco minutinhos,
vai da cabeça pro pulmão,
acompanhado de um vinho,
o que preenche não completa
o amor não é pra mim,
o que me prende não te afeta
isso mata e me faz rir,
garota que flerta com a flecha,
talvez por isso conforte-se em mim,
porta aberta, vai agora antes que fecha ...
com o tempo verá, não sou tão forte assim,
muito pelo contrário, mutuo hoje é escasso
se amo ou se sou odiado ... não importa,
querem minha alma? você ou diabo?
então implora.
e saiba que não tem devolução,
que caiba todo pecado nesse porão
para que não leve nada pra cima,
que caia todas as mascaras da solidão
para que torne mais leve as cismas,
o choro estancado causa afogamento ...
o coro dos cansados não se ouve tão fácil,
grito entalado que se empurra com o ácido,
não existem finais felizes ou escrita boa
tudo que faço, faço atoa.