Antes que a formalidade se instale
entendo que as ruas não são de ninguém. escapam. rasgam. mantém as lareiras ardendo como o brilho da manhã. sangrando a terra arrancada em segundos da memória. mas a rua não tem nome. tem número que dói. uma frescura infiltrada na tarde. lamentando os engates abandonados. o silencio que não consegui parar... gentilmente me parou, como um tumor que esmaga. íntimo. como um número que ninguém procura no cansaço da gaveta. e no fundo. no fundo. não passa de um uivo inútil traçado em um papel que lateja me pertencer como um tênue cair de folhas vindo de longe... de tudo que não fosse pai.