Abutres
Abutres
03/09/2019
Nada mais há
De se esperar
A brevidade da vida
É o único desejo
Que existe em seu ser
Foi-se tudo
Gastou-se o tempo
Viveu-se como deu
E agora
Só lhe resta o fim
Procura apenas sua paz
Coisa rara em sua vida
Os abutres não a deixam
Vez por outra
Rasgam suas carnes
A procura de alimento
Para que possam continuar
Suas vidas dependentes
Seu corpo dilacerado
Sua alma há muito
Já desfaleceu
Tenta apenas não cair
E se entregar de vez
Continua como pode
Não pediu pra nascer
Mas pede
Todos os dias
Para morrer