Corpos vazios
Junto a você fui enterrada...
Quando os olhos fecharam-se
E o ar quente aos pedaços
Por mim sugado ansiosamente
Deixou de encher seu peito,
As paredes ao meu redor
Converteram-se em formas líquidas
Afogando definitivamente nosso mundo
O gosto salgado e amargo
Que me oferecia em lágrimas
Guardadas no canto da boca
Faziam-me sentir única
Amada contrariamente
Desejada dolorosamente, sem perdão
Nada foi maior
Nem mais covardes as decisões
Infinitos e tão curtos instantes
Como a ponta dos dedos finos
De leve, sentindo a vida
Transformada em palavras
Suscitando a dor em outros corações
Esvaziando nossos corpos
Para sempre perdidos
Em cinzas, em pó