VIOLETA
Paciência! Exclama o ponto enquanto espera o nó.
A mão experiente e bem treinada
Pontilha uma estrada no véu da rainha.
Entra e sai, a agulha puxando a linha,
Marcando o caminho sem nada sentir.
Orgulhosa da costura
A mão levando a agulha
Seguia sua constante
Vivia sua aventura.
Ao fim do prazo marcado
Pra entrega do brocado,
A agulha desconcertada
Ciente de sua jornada
Olhou para atrás, nada viu.
Perdeu a linha do tempo
Enquanto a mão brincava
Nos pontos e nas laçadas,
Costurar não conseguiu.
A obra prima almejada,
Agora, em mão cansada
Agulha, despedaçada
E linha do tempo perdida!
O majestoso adereço
Tem chance de recomeço?
Depende do tempo que resta
Entre o fim do último ponto
E o início do próximo nó.
Depende da linha do tempo
E da paciência da Rainha.