Numa ficção

Reúnem-se as maneiras

De aperfeiçoar a

Veracidade das metáforas

Que se interligam

Pelos capítulos desta

Ficção escrita

Por si mesma.

Leitor, expectador,

Narrador, coadjuvante

E protagonista

Orbitam na crise

Entre os papéis

Assumidos por minha

Inconfidente identidade.

Sou partes da história,

Fragmentos embaralhados

Na confusão que cai

Sobre a minha presença

Em seus parágrafos.

Não tenho um nome

Que permaneça

Com a certeza de que

É o definitivo,

Seus significados mudam

Como estações

Sem ponto de início

E previsto final.

Sem vilania

Ou heroísmo que

Não parta das

Versões que

Desconstruam

O personagem

Perdido entre

Infinitas linhas

Impossíveis de serem

Corretamente compreendidas.

Deturpado pela

Epifania que seduz

Sua própria repetição

Em enigmas que soam

Como mistérios

Inexplicáveis a servir

Como becos sem saída

A tudo que fora lutado

Em angustiantes perdições.

Intriga-me, fixa-me,

Obceca-me e simplesmente

Apaixona-me a ver

O que será dito e feito

Quando o epílogo

Propositar cada

Ciclo cumprido,

Conquista comemorada,

Decadência chorada

E ressurgir construído.

Jamais desejo que

Eu abandone suas páginas

Sem que eu tenha

Folheado até a última.

Pois sei que sou o autor

De muitos de seus

Segredos e reviravoltas.

E possuo o conhecimento

De que, por direito,

Sou dono destas palavras

De minha definição.

E sou o herdeiro da

Capacidade de muda-las

Nas maneiras em que

Traço a minha história

Entre os meus dias

De intermináveis conflitos.

Daniel Yukon
Enviado por Daniel Yukon em 03/09/2019
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