Numa ficção
Reúnem-se as maneiras
De aperfeiçoar a
Veracidade das metáforas
Que se interligam
Pelos capítulos desta
Ficção escrita
Por si mesma.
Leitor, expectador,
Narrador, coadjuvante
E protagonista
Orbitam na crise
Entre os papéis
Assumidos por minha
Inconfidente identidade.
Sou partes da história,
Fragmentos embaralhados
Na confusão que cai
Sobre a minha presença
Em seus parágrafos.
Não tenho um nome
Que permaneça
Com a certeza de que
É o definitivo,
Seus significados mudam
Como estações
Sem ponto de início
E previsto final.
Sem vilania
Ou heroísmo que
Não parta das
Versões que
Desconstruam
O personagem
Perdido entre
Infinitas linhas
Impossíveis de serem
Corretamente compreendidas.
Deturpado pela
Epifania que seduz
Sua própria repetição
Em enigmas que soam
Como mistérios
Inexplicáveis a servir
Como becos sem saída
A tudo que fora lutado
Em angustiantes perdições.
Intriga-me, fixa-me,
Obceca-me e simplesmente
Apaixona-me a ver
O que será dito e feito
Quando o epílogo
Propositar cada
Ciclo cumprido,
Conquista comemorada,
Decadência chorada
E ressurgir construído.
Jamais desejo que
Eu abandone suas páginas
Sem que eu tenha
Folheado até a última.
Pois sei que sou o autor
De muitos de seus
Segredos e reviravoltas.
E possuo o conhecimento
De que, por direito,
Sou dono destas palavras
De minha definição.
E sou o herdeiro da
Capacidade de muda-las
Nas maneiras em que
Traço a minha história
Entre os meus dias
De intermináveis conflitos.