Porta Entreaberta
Vislumbrei de relance aquela porta
Que entreaberta mostrava-se tentadora
Com seus caminhos repletos de espinhos
E amedrontadores dragões em seus ninhos
Com coragem estampada à face
Entrei sem pedir licença... E enfrentei
Aqueles medos a muito esquecidos
Que surgiam repentinos e fantasmagóricos
Pisei os espinhos com dor e prazer
E enchi-me de cicatrizes de aprendizados
Aquela dor lancinante que um dia incomodou
Tornou-se aliada nessa jornada de venturas
Diante os dragões prostrei-me de joelhos
Para ouvir o canto mágico da sabedoria antiga
Forjei-me em seus sopros de fogo purificador
E atravessei os portais da sanidade
Aceitei minha loucura poética e escrevi
A história dos tempos e da criação
Descrevi o gênesis diante de mim
Nas paredes do templo com sangue e carvão
Depois em um ato de redenção
Ofertei minha alma e toda alegria
Aos sábios profetas e ao ancião
Que guardava os segredos do meu coração