embaixo dos viadutos
Embaixo dos viadutos
Embaixo dos viadutos
Residem algumas “coisas”
Deixadas ficar ali
Pelos que passam
Acima dos viadutos...
São famílias inteiras, coisificadas,
Em seus caixotes de papelão,
Comendo restos,
Cobrindo-se de sobras
Jogadas nas lixeiras, ajuntados
Contra o frio e a chuva...
Assim se acomodam consciências,
Tudo bem, desde que não morram
Em portões lacrados adiante...
Embaixo dos viadutos
As coisas se mexem, balbuciam
Com seus lábios trincados
Algumas falas pegajosas,
Com o medo de incomodar
Os acomodados com sua dor...
Esses que não têm futuro
E nem sabem passados...
sergiodonadio