Sem terminar o inacabado
Um dia parto, em partes iguais.
Metade para as lembranças e a outra para a razão
A divisão de um ser, que não quer mais saber.
De fazer parte desse nada
De querer abrigo sob a luz paga
De brigar por mais uma vaga.
Anestesiado estou, tentando ser isso que sou.
Subindo em escaladas as ruínas dos anos
A mercê de velhos planos.
Antes era assim, uma era sem mim.
Um farto discurso de emposse e punhos marcados de posse
Mas nada mudou dentro desse abismo, nem o ceticismo.
A vontade de acreditar em ter que adiar
Deixe tudo para o amanhã, e nem ouse saber alem.
Ou que isso pertence a quem.
E azar de quem fizer diferente,
Um passo a frente.
A escolha das manobras, vidas em obras.
Posicione no espaço com o coração de aço.
Um retrocesso, um desabafo.
Pode deixar que eu mesmo faço.
Sem terminar o inacabado, sem ouvir o culpado.
O sistema engatilhado apontado para todo lado
Mais não se esqueça de reservar seu lugar no paraíso
Junte sua grana para isso.