MANHÃ DE DOMINGO

MANHÃ DE DOMINGO

O som da água na calha

A capa do livro

Escombros de uma biblioteca

A música no rádio

Canções melodiosas de outros tempos

O café quentinho da manhã

Cercado de sinais de ontens

Nuns hojes de estar por fora

Mas um salutar remédio

Para a desgraceira escrita sem tédio

Nas folhas das folhas

Mortas riscadas de rubro

Que envergonham o bem

Ressaltam o mal

Com análises profundas

Rasas de humanidade

O relógio marca horas

Sem preocupação com tempo

Do momento neste outrora

Está tudo aí

Mas voltar no antigamente

No som, no livro

No pingo da chuva

Na solitude com prazer

E os riscos no papel

Travestidos de letras

Colhem benfazejas flores

Frutos de sementes

Plantadas nos tempos

Das distâncias que aproximavam

Nas ressacas passageiras

Simplesmente pelo estar junto

Olhando pela janela

Vendo a chuva cair

E a cabeça ir

Pousar em sonho

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/09/2019
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