MANHÃ DE DOMINGO
MANHÃ DE DOMINGO
O som da água na calha
A capa do livro
Escombros de uma biblioteca
A música no rádio
Canções melodiosas de outros tempos
O café quentinho da manhã
Cercado de sinais de ontens
Nuns hojes de estar por fora
Mas um salutar remédio
Para a desgraceira escrita sem tédio
Nas folhas das folhas
Mortas riscadas de rubro
Que envergonham o bem
Ressaltam o mal
Com análises profundas
Rasas de humanidade
O relógio marca horas
Sem preocupação com tempo
Do momento neste outrora
Está tudo aí
Mas voltar no antigamente
No som, no livro
No pingo da chuva
Na solitude com prazer
E os riscos no papel
Travestidos de letras
Colhem benfazejas flores
Frutos de sementes
Plantadas nos tempos
Das distâncias que aproximavam
Nas ressacas passageiras
Simplesmente pelo estar junto
Olhando pela janela
Vendo a chuva cair
E a cabeça ir
Pousar em sonho