Bem-vindo
Convido-o, caro leitor, a entrar dentro de mim
Faça de minha correntes sanguínea um caminho genuíno para a alma
Percorra minhas vísceras
Chegue até meus pulmões e sinta-os vibrar no ritmo da inspiração mais profunda
Escute o som produzido pelos meus batimentos cardíacos, eles doem
Traduza o ruído produzido no âmago do meu estômago
Observe meu cérebro pensante
Não julgue meus pobres rins por reterem tanto líquido
Admire meus músculos gloriosos e ignore os atrofiados
Caminhe em mim
Sinta o correr do meu sangue através de meu útero
Escorregue pela minha faringe
Desça devagar pela minha laringe
Faça pole dance em minha coluna
E quando chegar ao cóccix, dispa-se
Após percorrer meu corpo, diga-me:
Por acaso, achaste minha dor perdida por aí?