DE SOLIDÃO SÓBRIA

Mil carros deslizam

na chuva sobre este

terreno de terras escuras

feitas sentir-se só.

Viu um homem qualquer

numa vidraça refletindo

o que de certo queria

poder levar a boca pedindo

pra esquecer ontem

na mesma noite aqui

pedindo o que come

destas sobras de terra

sem pó...

Disse passando de pés

em desabroche de vítima,

Pés falecidos de carne

que ontem poderia

ter mentido , podia ter

comido!

Eu ainda ofendido

por ela não ter vindo

tinha o mesmo sentido,

retrai a alma contida

do peso morto da vontade,

a solidão sóbria!